A Massa, de Raimundo Sodré, em Destaque Musical

 A música de Raimundo Sodré, "A Massa", foi tema do programa Destaque Musical, da Rádio Germinal.

Assista o vídeo abaixo e ouça a Rádio Germinal, onde a música não é mercadoria ou mercancia, é crítica, qualidade e utopia.



Música: A Massa Cantor: Raimundo Sodré Compositores: Raimundo Sodré e Jorge Portugal. Ano: 1980. Apresentação da Rádio Germinal: Raimundo Sodré se destacou no festival de MPB de 1980 com a música "A Massa". Essa música utiliza um jogo de palavras para tematizar um problema social que é a massificação e a exploração. A massa, enquanto termo usado para se referir a alimentos, é de uso comum. Sodré, entretanto, usa a palavra nesse sentido, mas usa num segundo sentido, que é o pejorativo. O termo "massa", como uso sociológico e político, remete à multidão indiferenciada e, muitas vezes, manipulada, tal como na expressão "massa de manobra". Isso fica explícito no trecho em que ele diz: "Moinho de homens que nem jerimuns amassados Mansos meninos domados Massa de medos iguais Amassando a massa, a mão que amassa a comida Esculpe, modela e castiga A massa dos homens normais" A transformação dos seres humanos em massa uniforme, esculpida e modelada, "meninos domados" e "mansos", é, infelizmente, uma realidade cotidiana no capitalismo. Essa massificação e domesticação é também um "castigo". E isso vale para a população atual, inclusive para aqueles que se julgam livres e "autônomos", prisioneiros do subjetivismo e da ilusão de autonomia e liberdade. Raimundo Sodré, em sua música, apenas constata essa realidade e não mostra a necessidade de ir além dessa massificação e da luta por conquistar a liberdade, o que só pode ocorrer com uma transformação social radical e total. Porém, a consciência da alienação, da exploração e da dominação é o primeiro passo para a sua superação e Sodré contribui com esse início da luta pela libertação humana com sua música e denúncia da massificação. Letra da música: A Massa Raimundo Sodré A dor da gente é dor de menino acanhado Menino-bezerro pisado No curral do mundo a penar Que salta aos olhos, igual a um gemido calado A sombra do mal-assombrado É a dor de nem poder chorar A dor da gente é dor de menino acanhado Menino-bezerro pisado No curral do mundo a penar Que salta aos olhos, igual a um gemido calado A sombra do mal-assombrado É a dor de nem poder chorar Moinho de homens que nem jerimuns amassados Mansos meninos domados Massa de medos iguais Amassando a massa, a mão que amassa a comida Esculpe, modela e castiga A massa dos homens normais Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) (só percussão) A dor da gente é dor de menino acanhado Menino-bezerro pisado No curral do mundo a penar Que salta aos olhos, igual a um gemido calado A sombra do mal-assombrado É a dor de nem poder chorar A dor da gente é dor de menino acanhado Menino-bezerro pisado No curral do mundo a penar Que salta aos olhos, igual a um gemido calado A sombra do mal-assombrado É a dor de nem poder chorar Moinho de homens que nem jerimuns amassados Mansos meninos domados Massa de medos iguais Amassando a massa, a mão que amassa a comida Esculpe, modela e castiga A massa dos homens normais Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) When I remember of massa of manioc, men (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca, mãe (da massa) Nunca mais me fizeram aquela presença, mãe (da massa) Da massa que planta a mandioca, mãe (da massa) A massa que eu falo é a que passa fome, mãe (da massa) A massa que planta a mandioca, mãe (da massa) Quand je me souviens da la masse du manioc, mère (da massa) Quand je rappele de la masse du manioc, mère (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Quando eu lembro da massa da mandioca mãe (da massa) Lelé, meu amor, Lelé (Lelé, meu amor, Lelé) No cabo da minha enxada não conheço coroné! No cabo da minha enxada não conheço coroné! Eu quero, mas não quero (camarão) Mulher minha na função (camarão) Que está livre de um abraço (camarão) Mas não está de um beliscão! (camarão) Torna a repetir, meu amor: (ai, ai, ai!) Torna a repetir, meu amor: (ai, ai, ai!) É que o guarda civil não quer a roupa no quarador! O guarda civil não quer a roupa no quarador! Meu Deus onde vai parar, parar essa massa! Meu Deus onde vai rolar, rolar essa massa! http://radiogerminal.com https://radiogerminal.blogspot.com/