O cantor Gilberto Gil, que iniciou sua carreira no final dos anos 1960, sendo um dos arquitetos do movimento tropicalista, se tornou um dos maiores nomes da chamada "Música Popular Brasileira" (MPB).
A partir dos anos 1980, o Rock brasileiro se torna cada vez mais forte e passa a gerar uma ascensão do gênero que constrangeu cantores de outros gêneros ou ecléticos a gravarem músicas no gênero musical em vigência. Gilberto Gil não escapa dessa tendência e nesse período gravou várias músicas de Rock, tal como "Punk da Periferia"; "Rock do Segurança", "Pessoa Nefasta", "Nos Barracos da Cidade", onde o rock e a criticidade aparecem.
Estas e outras músicas de Gilberto Gil você ouve na Rádio Germinal. Para ouvir os vídeos abaixo, basta colocar pausa no canto superior deste blog. Abaixo vídeo e letra das músicas de Gilberto Gil.
Punk da Periferia
Das feridas que a pobreza cria
Sou o pus
Sou o que de resto restaria
Aos urubus
Pus por isso mesmo este blusão carniça
Fiz no rosto este make-up pó caliça
Quis trazer assim nossa desgraça à luz
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
Ter cabelo tipo índio moicano
Me apraz
Saber que entraremos pelo cano
Satisfaz
Vós tereis um padre pra rezar a missa
Dez minutos antes de virar fumaça
Nós ocuparemos a Praça da Paz
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
Transo lixo, curto porcaria
Tenho dó
Da esperança vã da minha tia
Da vovó
Esgotados os poderes da ciência
Esgotada toda a nossa paciência
Eis que esta cidade é um esgoto só
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
NOS BARRACOS DA CIDADE
Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Mas se faz questão nao consegue enfrentar o tubarão
gente estúpida!
Gente hipócrita!
Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Só fode a população
O governador promete mas não toma decisão
Os lucros são muito poucos ninguém quer abrir mão
Uma parte pequena já seria a solução
Mas no barraco tá faltando feijão
E o governador promete
Só promete na eleição
Mas o sistema diz não
Os lucros são muito grandes e ninguém quer abrir mão
E mesmo uma pequena parte já seria a solução
Mas a usura dessa gente já virou um aleijão
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
Alô policia federal
Vamo prender o juiz lalau
Todos os lalaus
Vamo acreditar na vitória do bem sobre o mau
Alô presidente
Vamo parar de abafar as CPIs
Vamo acabar com a corrupção e a impunidade nesse país
Vamo fazer o povão mais feliz
Cade o dinheiro do trabalhador?
Cade o dinheiro do professor?
Do médico, doutor?
Alô vossa excelência
Já perdi a paciência
Procuradoria geral da república
Vamo parar de arquivar processo de gente importante
Quem procura acha
Mas é pra procurar
Gente estúpida!
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
PESSOA NEFASTA
Tu, pessoa nefasta
Vê se afasta teu mal
Teu astral que se arrasta tão baixo no chão
Tu, pessoa nefasta
Tens a aura da besta
Essa alma bissexta, essa cara de cão
Reza
Chama pelo teu guia
Ganha fé, sai a pé, vai até a Bahia
Cai aos pés do Senhor do Bonfim
Dobra
Teus joelhos cem vezes
Faz as pazes com os deuses
Carrega contigo uma figa de puro marfim
Pede
Que te façam propícia
Que retirem a cobiça, a preguiça, a malícia
A polícia de cima de ti
Basta
Ver-te em teu mundo interno
Pra sacar teu inferno
Teu inferno é aqui
Pessoa nefasta
Tu, pessoa nefasta
Gasta um dia da vida
Tratando a ferida do teu coração
Tu, pessoa nefasta
Faz o espírito obeso
Correr, perder peso, curar, ficar são
Solta
Com a alma no espaço
Vagarás, vagarás, te tornarás bagaço
Pedaço de tábua no mar
Dia
Após dia boiando
Acabarás perdendo a ansiedade, a saudade
A vontade de ser e de estar
Livre
Das dentadas do mundo
Já não terás, no fundo, desejo profundo
Por nada que não seja bom
Não mais
Que um pedaço de tábua
A boiar sobre as águas
Sem destino nenhum
Pessoa nefasta
ROCK DO SEGURANÇA
O segurança me pediu o crachá
Eu disse: nada de crachá, meu chapa
Sou um escrachado, um extra achado
Num galpão abandonado, nada de crachá
Ié, uô, uô, ié
Sei que o senhor é pago pra suspeitar
Mas eu estou acima de qualquer suspeita
Em meu planeta todo o povo me respeita
Sou tratado assim como um paxá
Ié, uô, uô, ié
Essa aparência de um mero vagabundo
É mera coincidência
Deve-se ao fato de eu ter vindo
ao seu mundo com a incumbência
De andar a terra, saber por que o amor
Saber por que a guerra
Olhar a cara da pessoa comum e da pessoa rara
Um dia rico, um dia pobre, um dia no poder
Um dia chanceler, um dia sem comer
Coincidiu de hoje ser meu dia de mendigo
Meu amigo, se eu quisesse, eu entraria sem
você me ver, sem você me ver, sem você me ver
Para ouvir estas e outras músicas de Gilberto Gil, ouça Rádio Germinal.
A partir dos anos 1980, o Rock brasileiro se torna cada vez mais forte e passa a gerar uma ascensão do gênero que constrangeu cantores de outros gêneros ou ecléticos a gravarem músicas no gênero musical em vigência. Gilberto Gil não escapa dessa tendência e nesse período gravou várias músicas de Rock, tal como "Punk da Periferia"; "Rock do Segurança", "Pessoa Nefasta", "Nos Barracos da Cidade", onde o rock e a criticidade aparecem.
Estas e outras músicas de Gilberto Gil você ouve na Rádio Germinal. Para ouvir os vídeos abaixo, basta colocar pausa no canto superior deste blog. Abaixo vídeo e letra das músicas de Gilberto Gil.
Punk da Periferia
Das feridas que a pobreza cria
Sou o pus
Sou o que de resto restaria
Aos urubus
Pus por isso mesmo este blusão carniça
Fiz no rosto este make-up pó caliça
Quis trazer assim nossa desgraça à luz
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
Ter cabelo tipo índio moicano
Me apraz
Saber que entraremos pelo cano
Satisfaz
Vós tereis um padre pra rezar a missa
Dez minutos antes de virar fumaça
Nós ocuparemos a Praça da Paz
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
Transo lixo, curto porcaria
Tenho dó
Da esperança vã da minha tia
Da vovó
Esgotados os poderes da ciência
Esgotada toda a nossa paciência
Eis que esta cidade é um esgoto só
Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do Ó
Ó
Ó, aqui pra vocês!
Sou da Freguesia
NOS BARRACOS DA CIDADE
Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Mas se faz questão nao consegue enfrentar o tubarão
gente estúpida!
Gente hipócrita!
Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade
Se pode não faz questão
Só fode a população
O governador promete mas não toma decisão
Os lucros são muito poucos ninguém quer abrir mão
Uma parte pequena já seria a solução
Mas no barraco tá faltando feijão
E o governador promete
Só promete na eleição
Mas o sistema diz não
Os lucros são muito grandes e ninguém quer abrir mão
E mesmo uma pequena parte já seria a solução
Mas a usura dessa gente já virou um aleijão
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
Alô policia federal
Vamo prender o juiz lalau
Todos os lalaus
Vamo acreditar na vitória do bem sobre o mau
Alô presidente
Vamo parar de abafar as CPIs
Vamo acabar com a corrupção e a impunidade nesse país
Vamo fazer o povão mais feliz
Cade o dinheiro do trabalhador?
Cade o dinheiro do professor?
Do médico, doutor?
Alô vossa excelência
Já perdi a paciência
Procuradoria geral da república
Vamo parar de arquivar processo de gente importante
Quem procura acha
Mas é pra procurar
Gente estúpida!
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
Gente estúpida!
Gente hipócrita!
PESSOA NEFASTA
Tu, pessoa nefasta
Vê se afasta teu mal
Teu astral que se arrasta tão baixo no chão
Tu, pessoa nefasta
Tens a aura da besta
Essa alma bissexta, essa cara de cão
Reza
Chama pelo teu guia
Ganha fé, sai a pé, vai até a Bahia
Cai aos pés do Senhor do Bonfim
Dobra
Teus joelhos cem vezes
Faz as pazes com os deuses
Carrega contigo uma figa de puro marfim
Pede
Que te façam propícia
Que retirem a cobiça, a preguiça, a malícia
A polícia de cima de ti
Basta
Ver-te em teu mundo interno
Pra sacar teu inferno
Teu inferno é aqui
Pessoa nefasta
Tu, pessoa nefasta
Gasta um dia da vida
Tratando a ferida do teu coração
Tu, pessoa nefasta
Faz o espírito obeso
Correr, perder peso, curar, ficar são
Solta
Com a alma no espaço
Vagarás, vagarás, te tornarás bagaço
Pedaço de tábua no mar
Dia
Após dia boiando
Acabarás perdendo a ansiedade, a saudade
A vontade de ser e de estar
Livre
Das dentadas do mundo
Já não terás, no fundo, desejo profundo
Por nada que não seja bom
Não mais
Que um pedaço de tábua
A boiar sobre as águas
Sem destino nenhum
Pessoa nefasta
ROCK DO SEGURANÇA
O segurança me pediu o crachá
Eu disse: nada de crachá, meu chapa
Sou um escrachado, um extra achado
Num galpão abandonado, nada de crachá
Ié, uô, uô, ié
Sei que o senhor é pago pra suspeitar
Mas eu estou acima de qualquer suspeita
Em meu planeta todo o povo me respeita
Sou tratado assim como um paxá
Ié, uô, uô, ié
Essa aparência de um mero vagabundo
É mera coincidência
Deve-se ao fato de eu ter vindo
ao seu mundo com a incumbência
De andar a terra, saber por que o amor
Saber por que a guerra
Olhar a cara da pessoa comum e da pessoa rara
Um dia rico, um dia pobre, um dia no poder
Um dia chanceler, um dia sem comer
Coincidiu de hoje ser meu dia de mendigo
Meu amigo, se eu quisesse, eu entraria sem
você me ver, sem você me ver, sem você me ver
Para ouvir estas e outras músicas de Gilberto Gil, ouça Rádio Germinal.